domingo, 20 de março de 2011

"Nossas cabeças estão sempre olhando pra baixo, para os próprios passos, para o caminho a percorrer. Fogos de artifício nos retêm. Erguem nossas cabeças, iluminam o que é escuro, capturam a gente de uma realidade burocrática, repetitiva, sem festa. Fogos de artifício são sinalizadores, há alguém feliz bem próximo, e está repartindo esse estado de espírito com você, que não viveu nada de extraordinário hoje, que estava louco pra chegar em casa, tirar a roupa suada, tomar um banho e ver um pouco de televisão.

Não era a chegada do Papai Noel, não era inauguração de loja, não era show dos Rolling Stones, não era nem mesmo atraente, umas faíscas vermelhas e verdes que eram quase como sinais de trânsito que tivessem sofrido um curto-circuito, mas eram fogos de artifício, e o motoboy não conseguiu se mexer, ficou estático e emocionado (...): vidrado, encantado, hipnotizado - como a gente deveria às vezes ficar diante do inusitado."

(Martha Medeiros)
”Viver sem amor por uns tempos é normal. Viver sem amor pra sempre é azar ou incompetência. Só não pode ser uma escolha, nunca. Escolher não amar é suicídio simbólico, é não ter razão pra existir. Não adianta querer compensar com amor pelos amigos, filhos e cachorros, não é com eles que você fica de mãos dadas no cinema." (Martha Medeiros )
Você começa a se sentir beirando a insanidade, lê textos de auto-ajuda, ri com uns, derrama lágrimas com outros. Sai na rua, sem propósito, sem direção, a fim de organizar pensamentos, enxugar o rosto vermelho. Encontrar uma resposta, ou, no mínimo do mínimo, colocar as pastas em ordem alfabética. Ai então é a hora de revirar os arquivos, pensar e reviver tudo, prós e contras, duvidas e incertezas, decepção.
Já é passada a fase do “Danem-se ele, você e todos.” De repente, olha para o lado, tenta enxergar melhor o mundo, e só vê rostos. Rostos vazios. Robôs. E, denovo à grande e maligna estaca zero.
Tenta enxergar novamente. As praias. O mar. O vento que te descabela na janela do ônibus. Sente saudade. Dele. De ser cafona. De poder ser cafona – sem medo – perto dele. Do tênis mal lavado jogado no seu quarto, do celular e chaves esquecidos na sua cabeceira. Do seu amor esquecido na vida dele. É mas como, se lhe tivessem tirado o chão. Flutuando... anestesiada... beirando a raiva, pega-se perguntando se não seria amor demais. Afinal, você chora como se alguém houvesse morrido. E, de certa forma morreu. Se enchendo de porquês, de “vai passar”, de “E se...”
De repente, como quem não quer nada... Ele chega. Rouba tudo, seu espaço, seu tempo, sua memória. Seu coração pulsa e olhe só, você não está morta. Não agora, não nesse curto espaço de tempo.
No mesmo curto espaço de tempo é reacendido um sentimento que você não vê no seu dicionário há tempos. Esperança. De ser você novamente. Você sorri como uma criança com a novidade. Você não quer saber o que venha a significar “não demonstrar”.
E ele se vai.
Se vai, sem dizer se vai te amar amanhã cedo.
E leva tudo com ele, inclusive seu órgão pulsante e seu lado sensato, e tudo volta numa mudança de direção do vento, menos o seu coração. Esse ficou lá, sem um mísero “até logo”, sem dizer se vem para o almoço, sem dizer se volta para te livrar da insônia.
Um dia, quem sabe, esse “vai passar” saia dos pensamentos para a sua vida monótona e de roteiro tediante, um filme B pra ser mais exata. E você levante e limpe os destroços do tsunami, deixando o espaço limpo. Para o próximo.

P.s. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Ou talvez não.

Você nasce... é visto com bons olhos. Se pudesse entender, ouviria a grande maioria das pessoas te desejando felicidade, prosperidade, saúde... juízo. Então, cresce um pouquinho, se machuca nas brincadeiras, cai pulando corda, cai tentando pular corda. Então cresce mais um pouquinho. Se acha esperto por tirar 9 numa redação. Por saber o caminho da escola. Por atravessar a rua sozinho. Se acha gente grande, com alma de gente pequena. Deseja crescer. E você cresce.

Cresce, sem saber, sem perceber, sem querer perceber. Mas cresce.

Ai então percebe que crescer não é um mar de rosas brancas, nem sequer vermelhas. Pessoas te cobram o que não deveriam, você se cobra o que não deveria. Não são de todos os lábios que você ouve dizer que você é lindo, inteligente, tampouco que te desejam a tal felicidade. Que anda por ai brincando de esconde-esconde. Talvez tenha esquecido de crescer também.

O tempo é curto demais pra tudo o que você quer fazer. O que você precisa fazer. O sol queima demais pra você poder ir até onde quer chegar. Até onde precisa chegar. O espaço é muito pequeno pra tanta gente. As salas de aula e as vagas são tão disputadas que você sente até medo de ser ameaçada.

O medo que você sente não é mais do monstro do armário.

As cidades não são tão verdes quanto nos filmes, as praias não são tão limpas. As pessoas não são tão honestas, nem tão altas quanto antes. As casas diminuem, o mundo diminui pra você.

De repente a rotina te alcança. Você foge, ela te pega. Ai então nada é mais tão emocionante. Exceto os filmes de amor, claro. Fora isso... você se pega entediado, sentado no seu computador tomando um café. Ouvindo o barulho da cidade as 17 horas de uma terça-feira ociosa. E tediosa. Tão tediosa quanto o seu quarto.

Você faz um back-up da vida. Resgata as lembranças com a ajuda da sua caixa de cartas guardada no fundo do armário. Lembra de quando era criança, de como era feliz. Menos poluído, menos revoltado com a política, menos triste tão freqüentemente, e, lágrimas só eram derramadas com a ajuda de uns tabefes da sua mãe. Ah... sua mãe... lembra da sua preciosa mãe. E da sua família linda, não tão perfeita... mas o encaixe perfeito pra sua vida “mais ou menos”. Lembra dos sorrisos por tão pouco, das declarações pras suas amigas. Sua riqueza chamada “amigas”.

Começa a se perguntar quem é você, por que está aqui. O que deveria estar fazendo... já que está aqui. Mas de repente, a rotina te chama. E você se esquece. Joga tudo debaixo da cama, e sai pro que der e vier de mais um dia.

Começa a se perguntar por que algumas pessoas choram tanto, sem motivo aparentemente considerável. E escreve. Você escreve quando está triste. Escreve quando está chorando. Escreve quando esta feliz ou para se sentir feliz. Deixa palavras soltas no caderno. Mostra à alguém, não acreditam que tenha saído de você. Então você amassa suas palavras, frases, teorias e pensamentos. Ao invés de joga-las no caderno, você as joga em um baú no fundo da sua memória. E olha ela de novo, a rotina batendo à sua porta.

Até que um dia você acorda e se vê tendo suas criações roubadas. Fica indignado, se irrita. E não consegue chegar à uma conclusão se deve ficar feliz ou enfurecido.

Percebe que portas se fecham à todo instante, que raramente irão te motivar. Mas sente o delicioso sabor de ser reerguido por alguém, e renova suas esperanças. É tomado pelos sonhos de outras pessoas, e começa a sonhar junto, ou igual. Respira, transpira, lagrimas borram a maquiagem. Toma um café. Escreve até que, uma pausa. Nada mais sai dos seus pensamentos. Tudo vira uma folha em branco.

Descobre que não é bom em contar histórias, que não sabe fazer poesias. Que o seu sonho não é bobagem. Não consegue silêncio para soltar suas palavras. Não consegue inspiração.

Mas outro dia vem, e com ele, novas palavras. Porque afinal, você cresce. E percebe que mesmo tendo crescido pouco, todos precisam de uma motivação para continuar seguindo... agüentando... sendo feliz. E se coloca em uma promessa. A de que não vai sair das páginas enquanto não fizer alguém chorar com as suas palavras. Alguém além de você.

“E o acalanto é a melodia do vento sobre a minha janela. A minha certeza é que sempre que olhar pro céu seu terei as estrelas protagonizando um belo espetáculo. E ao anoitecer, terei um singelo luar. E, no despertar de um novo dia. Terei novas esperanças. E sonharei mesmo que em meio às contradições postas pelo destino” – Pro dia nascer feliz.

P.s. Dedico esse textos aos muitos sonhadores por ai, que não desistam, jamais.

"E se as cabeças fossem quadradas? E se bastassem três acordes? E se ciência e religião fizessem as pazes? E se fosse possível prever o futuro? E se arte fosse ilusão? E se o homem mais poderoso do mundo fosse negro? E se o petróleo acabasse agora? E se o universo tivesse onze dimensões? E se?
Questione. Descubra. Mude.
O conhecimento é irresistível!"
Não me ache tão bonita, tampouco atraente. Me arrase, me jogue na sarjeta, faça-me provar o desprezo. Faça-me sentir atraída por não te ter tão fácil. Faça-me chorar por você, correr atrás de você e fazer loucuras por você. Mas, cuidado... não me faça cometer loucuras que ultrapassem minha personalidade. Seja você e apenas você comigo. Me convide para fazer uma coisa idiota, me convide pro seu mundo - mas - quando eu entrar, quero vê-lo de cabeça para baixo, desnorteado, mas feliz. Não sei escrever coerentemente. Minhas palavras são como neblinas que se formam de acordo com o meu humor. O que eu digo não se escreve. Vivo num mundo de loucos, onde loucura e inocência são completamente opostas e tão parecidas. Vivo num mundo no qual ninguém entende, um mundo digamos... bipolar. Um mundo só meu. E tenho orgulho disso. De não estar nem ai para com quem a britney spears está saíndo ou a nova coleção de havaianas. O mundo é além disso... ele nos convoca a sermos diferentes a cada dia. E, já parou pra pensar como a cada dia fica mais complicado ser diferente por fora? a moda é ser diferente. Por isso, se quiser "pré-ocupar-se", pré-ocupe-se sendo diferente por dentro. Não se preocupe com o que veste, preocupe-se com o que sai da sua boca. Com quem considera como amigo. Preocupe-se em ter certeza de quem quer ao lado vale a pena. Não se preocupe com o sapato que anda, preocupe-se onde pisa... pare, pense se é essa uma escolha certa. Preocupe-se em aprender, e, aprenda. Mas não aprenda apenas o que quiserem te ensinar. Aprenda tudo o que puder. Arrisque, saia dessa vida soberba, viaje. Mesmo que sem condições, dê férias a sua mente, presentei-a com uma viajem. Atreva-se. Porque o mundo nada mais é que um verdadeiro presente à quem realmente se atreve.

P.s. Dedico esse texto à duas meninas em específico, lindas e perfeitamente vazias.

"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena"
"Porque metade da vida de um ser humano envolve sobreviver ao mundo. A outra metade envolve descobrir um significado para sua existência.
Para o primeiro, existe o trabalho, o instinto e a evolução natural.
Para o segundo, existe a fé, o sonho.

E o amor."